Hoje foi a Bruna Lima quem postou matérias bem
interessantes sobre o preconceito com pessoas tatuadas, vamos dar uma olhada:
O PRECONCEITO CONTRA PESSOAS TATUADAS EXISTE!
Quase sempre tem uma nova mensagem polêmica envolvendo
pessoas tatuadas, seja com histórias bizarras ou com algum político que diz
asneira na internet e depois pede desculpas. A história deste post não é nada
fora do comum, para falar a verdade, isto deve acontecer todos os dias com
muitas pessoas, inclusive com vocês, leitores do blog.
Não posso me iludir e falar que o preconceito não
existe, sim, ele existe e não é somente com pessoas tatuadas. O preconceito
existe com qualquer tipo de estereótipo que seja diferente da sociedade
brasileira. Para ser sincero, eu não gosto de escrever estas matérias, mas o
motivo para escrevê-las, é justamente por conta que nos dias atuais as pessoas
vem mudando, as pessoas vem lutando por causas, mesmo que sejam através do seu
facebook ou assinaturas pela internet.
Lucas Viglio é um jovem tatuado de 21 anos que estava
viajando de ônibus no dia 12 de fevereiro de 2013, entre as cidades de
Araraquara par Rio Claro, ambas cidades são situadas no interior de São Paulo.
Como relatou em sua postagem no facebook ele foi tratado de forma
preconceituosa pelo motorista da empresa VB Transportes, responsável por fazer
o trajeto entre as duas cidades.
Tudo começou quando Lucas, solicitou para o motorista
guardar seus pertences no bagageiro do ônibus, neste instante, o rapaz esqueceu
de entregar o bilhete (passagem de ônibus) e foi então que começou as
“indiretas” do motorista José Vieira. Com um “assovio diferenciado”, digamos
assim, aquele que as pessoas fazem para chamar a atenção, em seguida Lucas
entregou o bilhete e pediu desculpas pelo descuido, então, José Vieira fez uma
simples pergunta ao rapaz, “Você sabe o significado deste Assovio Diferenciado?“,
a resposta de Lucas foi direta, sem muita enrolação foi de que pássaros se
comunicam assim.
Não satisfeito, o motorista completou dizendo que quem
se comunica deste jeito, são os presos, ou seja, bandidos. Acho que somente
nesta frase temos muita coisa para refletir, principalmente, em saber como José
Vieira sabe que este é o tipo de comunicação de bandidos, eu não sei, porque
não sou um, não conheço nenhum bandido e muito menos como eles se comunicam,
também sou uma pessoa tatuada e tenho tatuagens à amostra, por acaso, eu ou
Lucas teríamos que saber como bandidos se comunicam? Ou que assovio é a forma
de comunicação? Qual é a forma de comunicação? É tipo um, “e ae parceiro,
estamos juntos nessa“, ou um “e aí, tá na minha área mermão“?
A atitude de Lucas no momento foi de “sobrevivência”,
digamos assim, caso ele respondesse o motorista, com certeza, poderia ficar sem
voltar para casa por algum tipo de lei, artigo ou qualquer merda que o país diz
que é “calunia/desrespeito com o emprego” e bla,bla,bla. O engraçado é que
nesta mesma viagem, Viglio presenciou novamente o preconceito de José Vieira
com outra pessoa tatuada e com piercings, afirmando que pessoas com tatuagem
estão ligadas ao demônio através de um pacto.
Eu nunca fui muito religioso, é um assunto que não me
interessa muito, mas, venha cá, então todas as pessoas que tem tatuagem tem um
pacto com o demônio? Isto seria uma forma de generalizar todas as pessoas que
tem tatuagem com uma frase estúpida e de uma pessoa que talvez viva ainda na
década de 20, ou antes disto né? Caso os administradores da empresa VB
Transportes ou até mesmo o José Vieira leiam esta matéria, só um comunicado,
nem toda pessoa com tatuagem tem pacto com demônio, não vou falar todas, porque
não conheço todos, mas tenho certeza que deve ser uma minoria, se é que existe
algo deste tipo, eu não duvido, mas deixo o recado.
Para finalizar esta infeliz história, ao final da
viagem, Lucas foi até o motorista e respondeu: “Lembra que o senhor disse em
Araraquara? Me chamando pelo assovio diferenciado? O senhor me conhece? Sabe se
por acaso eu sou um ladrão ou algo do gênero?” e a resposta foi a mais óbvia
possível, “Foi uma brincadeirinha“.
Amigo leitor,
nunca aceite este tipo de desculpas, porque são por causas destas “desculpas”
que a coisa vai piorando, até chegar o dia que você vai perder uma vaga de
emprego porque tem tatuagem, como se tatuagem por algum motivo mudasse ou
alterasse sua qualidade profissional. Como disse em outro post e vou repetir
novamente, não é com desculpas que uma pessoa “se livra do preconceito”, só se
acaba com isto, quando realmente a pessoa tiver conhecimento sobre a cultura,
estilo de vida aprofundado, porque, você pode apostar, quando você conhece
algo, você pode não gostar, mas você respeita, porque existem pessoas que
gostam e seguem este estilo de vida, ou cultura.
E para os haters
que sempre vem ao blog nestas postagens dizer “Fez tatuagem, está no grupo de
pessoas tatuadas e precisa aguentar, tá na chuva é para se molhar“, não cara,
eu não preciso aguentar preconceito de gente que não conheço, eu não fiz
tatuagem para estar em um grupo, ou ser identificado, sabe por quê? Qualquer
pessoa pode ter tatuagem, desde um executivo alto padrão, até um vendedor de
loja, do cara que faz o pãozinho na padaria do João, até um empreendedor.
Tatuagem não tem perfil, pessoas tatuadas não tem um perfil, a tatuagem é uma
arte que representa muitas vezes situações das pessoas e ninguém, mas ninguém
mesmo, tem o direito de julgar você, sem ou com tatuagem, ninguém tem o direito
de fazer o que este motorista fez, independente se a pessoa tem tatuagem ou
não, é com pessoas assim que quando eu estou numa fila de banco, todos ficam
olhando para mim e fazendo “não, não, não” com a cabeça, são com pessoas assim,
que muita gente para pessoas tatuadas e pergunta: “por que você fez isto com o
seu corpo?”.
O corpo é meu, as
tatuagens são minhas, as escolhas são minhas e ninguém tem nada a ver com isto,
como muita gente vai odiar esta postagem, muita gente vai gostar, eu não vim
agradar ninguém, vim reportar uma matéria de que preconceito existe, pode ser o
mais comum, mas ele desenvolve e quando você vai ver, surge um novo “Hitler”
por aí, ditando regras e falando quem deve morrer por seguir uma religião, ou
ser de uma determinada etnia, parece ser extremo isto, mas aconteceu uma vez,
por que não novamente?
Só para constar,
Lucas Viglio está abrindo um processo contra a empresa.
A
promiscuidade das mulheres tatuadas e os significados das tatuagens femininas
Um recente estudo
realizado nas principais capitais brasileiras, analisou o comportamento sexual
das mulheres levando em consideração o tipo de tatuagem que elas têm.
O pesquisador E.
Mendes entrevistou mulheres em todo o Brasil e chegou a algumas conclusões:
“Primeiramente,
foi possível constatar que as mulheres tatuadas gostam mais e praticam mais
sexo do que as mulheres sem tatuagem“, afirma Mendes.
“Parece que o
prazer em sentir dor, de alguma forma está ligado à excitação sexual
feminina“, 73% das entrevistadas que disseram gostar muito de sexo eram
tatuadas, e quase metade das mulheres sem tatuagem que adoram sexo, tem intenção
em fazer uma tatuagem.
A pesquisa serviu
também para traçar o perfil sexual das mulheres de acordo com o tipo de
tatuagem que elas têm.
82% das mulheres
com tatuagem de estrela disseram preferir sexo selvagem.
42% das mulheres
com uma fada tatuada no corpo preferem sexo oral.
96% das mulheres
que tem tatuada a frase Carpe Diem são adeptas do sexo no primeiro encontro.
55% das mulheres
com tatuagens tribais têm tendencia ao lesbianismo.
42% das mulheres
com uma tatuagem de borboleta já participaram de alguma orgia ou sexo grupal.
Mulheres acham
homens tatuados mais atraentes, e homens acham que mulher tatuada parece ser
promíscua diz pesquisa.
As tatuagens
femininas e seus significados.
Fonte: Foi
retirado do Censo Carcerário do Estado de São Paulo realizada entre os anos
de 1999 e 2004.
Estrelas: Gosta de
Apanhar especialmente durante o sexo.
Múltiplas
estrelas indicam prática de fornicação seguida de açoite com vários
homens.
Mandalas: Indica
que é dada a religiões afro/macumba/pacto satânico.
Fadas, Duendes,
magia: Mulher dada ao uso exagerado de bebidas alcoólicas e/ou drogas alucinógenas.
Flor: Mulher dada
á traição.
Chines:
Apreciadora de órgão masculinos avantajados
Motivos
Religiosos: Fornicadora compulsiva que busca o perdão.
Novos
tempos
Chegada
da geração Y ao mercado faz empresas adotarem uma nova postura - mais flexível
e aberta - onde há lugar, sim, para funcionários com tatuagens
De modo
silencioso, por vezes até mesmo imperceptível para os menos atentos, o ambiente
de trabalho tem vivido, nos últimos anos, uma significativa mudança
comportamental. Na maioria dos casos, isso tem se refletido na própria visão
que o empregador tem do seu negócio. A princípio pode parecer supérfluo, mas a
crescente aceitação de funcionários que possuem tatuagens visíveis aos olhos de
qualquer pessoa é uma singela amostra dos novos tempos vividos no mercado de
trabalho.
Profissionais que
outrora seriam discriminados sem qualquer constrangimento, hoje, assumem postos
importantes nas companhias em que trabalham, até mesmo de chefia ou
coordenação, independentemente do dragão que tenham no braço ou da borboleta no
pescoço. O que mudou não foi apenas a capacidade técnica dos tatuadores, hoje
inclusive reconhecidos como artistas mas, fundamentalmente, o modo como os
gestores analisam (e avaliam) seus empregados, deixando de lado questões
estéticas e valorizando, acima de tudo, a capacidade, o comprometimento e o
rendimento profissional, como explica a gerente de pessoas da Brasilprev,
Regina Frederico: "As pessoas estão enxergando um pouco melhor aspectos
que antes eram vistos como inaceitáveis . Aqui, temos como valor a alta
performance e a técnica, e não apenas o comportamento individual e o estilo de
cada pessoa".
Embora atue no
ambiente financeiro, conhecido por sua formalidade, Regina conta que diversos
colaboradores da Brasilprev possuem tatuagens e não sofrem qualquer tipo de
discriminação por isso, seja para entrar na empresa, seja para alcançar novos
cargos e promoções. Entretanto, ela reconhece que há momentos em que é
necessário ser mais formal. "Quando visitamos o Banco do Brasil, por
exemplo, as pessoas se vestem de maneira mais social, mas isso não impede que
tenhamos nosso próprio perfil", ressalta a executiva.
Mas nem sempre foi
assim. Regina lembra que, até meados de 2004, a Brasilprev posicionava-se de
modo mais tradicional. Foi a entrada dos profissionais da geração Y que fez a
empresa mudar seus conceitos e adotar uma nova postura. "Eles trouxeram
para a companhia uma cultura mais aberta, na qual o uso de tatuagens deixou de
ser um tabu", analisa. O resultado, segundo ela, foi um expressivo aumento
no índice de satisfação dos funcionários, que até 2003 era de 51% e atualmente
é de 76%, de acordo com pesquisas internas.
Segmentos
distintos
E a tendência é
valorizar, cada vez, a capacidade profissional do empregado e não suas
tatuagens ou qualquer outro tipo de adereço. "Com a ascensão dos jovens da
geração Y, essa transformação será ainda mais rápida", afirma. "Eles
são diferentes; por isso, quando forem lideres, trarão uma nova maneira de
gestão", analisa Regina.
Quem compartilha a
mesma ideia é o gerente da Robert Half, Roberto Britto. Para ele, esse processo
começou nos últimos dez anos e não tem volta. "Antes, havia um preconceito
em relação às atitudes que não fossem usuais. Agora, as empresas têm uma visão
diferente, olham e se interessam mais pela capacidade que a pessoa tem de gerar
benefícios e resultados positivos para o negocio", sustenta Britto.
Entretanto, ele
ressalta que ainda há alguns segmentos em que a exposição de uma tatuagem pode
acarretar prejuízo, como a área comercial. Mas tudo é questão de visibilidade.
"Aquelas que não podem ser escondidas, como as tatuagens nas mãos ou
pescoço, podem prejudicar a aceitação do profissional com clientes
tradicionais, por exemplo. Mas, quando falamos de um mercado mais eclético e
informal, não há muitos problemas", completa Britto.
Por outro lado, a
diretora de RH da Mercer, Neusa Neves, apesar de reconhecer que o uso de
tatuagens é cada vez mais frequente entre os jovens, ressalta que a
transformação interna das empresas acontece numa velocidade diferente das
mudanças de gerações. Mas, assim como Britto, ela acredita que a questão
fundamental está relacionada ao tipo de área de atuação, os diferentes perfis
empresariais e o tamanho da tatuagem ou de sua visibilidade. Segundo Neusa,
empresas de tecnologia e comunicação são mais liberais, enquanto empresas de
serviços de consultoria ou advocacia são mais conservadoras. "Não se
questiona mais a capacidade da pessoa - muitos são bem tatuados e criativos -,
mas não acredito que esse seja o ponto", enfatiza. Ela acredita que o fato
é que algumas empresas ainda buscam trabalhadores que sigam seus conceitos e
padrões.
E isso já vem
sendo visto na prática. Na agência de publicidade e propaganda DM9, por
exemplo, tatuagens deixaram de ser tabu há algum tempo. De acordo com Duda
Lomanto, gerente de recursos humanos da agência, a tatuagem não representa
problema algum. "É um desejo da pessoa, não interfere em nada no trabalho.
E se for uma tatuagem bonita será até elogiada", afirma. Duda, que enxerga
a tatuagem como um estilo de vida, garante que não há qualquer tipo de
preconceito durante um processo de seleção. "Na DM9, valorizamos aspectos
como a história de vida do candidato, sua capacidade de comunicação, de
criatividade e como ele gera resultados", reforça.
Hora certa de
mostrar
O executivo
Cristiano Wortmann, de 32 anos e com três tatuagens grandes, já aprendeu a
transitar no mundo dos negócios sem deixar que suas tatuagens atrapalhem a
relação que tem com seus clientes da Representações Wortmann Ltda., na qual é
um dos sócios.
Ele sabe o momento
certo de colocar uma roupa que as cubra, e a hora que pode deixá-las à mostra e
ate usá-las a seu favor. "Tudo depende do perfil do cliente", conta.
Porém, em diversos países da América do Sul, como Bolívia, Colômbia, Paraguai e
Argentina - onde a empresa também tem clientes e não há uma cultura forte da
tatuagem como no Brasil -, os cuidados precisam ser maiores, para não
atrapalhar os negócios. "Se apareço todo tatuado na Bolívia eles me veem
como um alienígena", conta Wortmann, em meio a gargalhadas. "Em
alguns casos, até deixo o cliente ver minhas tattoos depois de estabelecer uma
relação de confiança com ele, no ambiente de um bar descontraído ou na piscina
do hotel", explica o jovem executivo. Mesmo assim, há casos em que, mesmo
depois de já haver estabelecido uma boa relação com os clientes, os cuidados
com a vestimenta permanecem, pois são empresas mais tradicionais.
A relação da
confiança foi durante algum tempo a mesma estratégia utilizada por Luciana
Passos Martins, de 33 anos, atualmente coordenadora de comunicação da Lacoste
Brasil. Ela conta que primeiro analisava o perfil do cliente para, então,
decidir se deixaria (ou não) suas tatuagens à mostra. "Minha ideia era a
de esconder até ter a confiança dele no meu trabalho", explica.
Com o passar do
tempo, e com maior experiência e confiança no próprio potencial, Luciana deixou
de se preocupar com essas questões. Hoje, sabe que o que realmente vale é seu
trabalho. "Mudei minha relação com a tatuagem, pois o que realmente
importa é o comprometimento e a dedicação que tenho no trabalho",
ressalta. No entanto, ela reconhece que, por vezes, ainda existe um conceito
estereotipado e lembra de um momento em que a tatuagem atrapalhou.
"Aconteceu recentemente, na seleção de um modelo para uma sessão de fotos
da Lacoste, em que o candidato foi excluído por ter muitas tatuagens",
relata. Segundo ela, ele chamava mais atenção do que a roupa - o que para
modelo é complicado. "Mas isso vem mudando. As pessoas têm de ser respeitadas
pelo que são, independentemente de tererem ou não um desenho no corpo",
completa Luciana.
O assessor
jurídico da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC), da
Prefeitura de Porto Alegre, Alexandre Guterres, de 41 anos, é outro exemplo de
profissional bem-sucedido que possui tatuagens. "Nunca tive qualquer
problema. Acredito que o mais complicado é para quem faz atendimento ao
público, o que não é meu caso", explica o assessor, que ressalta que tem
de manter uma postura de procedimento e vestimenta.
Ambiente mais
flexível
Na visão de
Guterres, a tendência no ambiente de trabalho é que o preconceito com as
tatuagens diminua. Ao menos, é a sua esperança. "Sou completamente
contrário a qualquer tipo de discriminação, não posso aceitar esse tipo de
comportamento, mas é uma questão complicada, principalmente nos casos de
atendimento ao público. Não tem como negar que ainda há pessoas que não aceitam
determinadas posturas", lamenta. No entanto, sua esperança é que aos
poucos a sociedade comece a aceitar com mais naturalidade as diferenças e seja
mais tolerante quanto a isso, respeitando o jeito de ser de cada um.
E isso tende a
acontecer, segundo Neusa, da Mercer, em função da chegada dos Ys ao mercado de
trabalho, que trazem mais flexibilidade nas empresas. "Trata-se de uma
geração com valores e ideias diferentes. Mais cedo ou mais tarde as companhias
terão um ambiente mais flexível e informal", adianta.
Dessa forma, o que
se percebe no mercado é uma mudança gradual, na qual o que importa são as
características profissionais, o talento e o comprometimento que o profissional
tem no trabalho, e não os desenhos que ele possa ter no corpo. Mas, como em
toda relação, o bom senso deve sempre prevalecer - tanto por parte da empresa
quanto por parte dos executivos (com tatuagens ou não).
Tatuados
poderão ser barrados na Marinha e Exército
BRASÍLIA - A
Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, dois
projetos que impedem tatuados de ingressarem nas suas escolas de formação e
seguirem carreira militar na Marinha e no Exército. As propostas agora seguem
para a Comissão de Constituição e Justiça. Os militares não querem, em seus
quadros, oficiais que apresentem tatuagem que façam alusão a ideologia
terrorista ou extremista contrária às instituições democráticas. Tatuagens com
temas de violência, criminalidade, ideia ou ato libidinoso, discriminação ou
preconceito de raça, credo, sexo ou ainda a ideia ou ato ofensivo às Forças
Armadas também não agradam os militares.
Sobre a proposta
enviada ao Congresso, a Marinha afirmou que “o dispositivo proposto não
objetiva proibir a admissão de candidatos com tatuagem, tendo por escopo
adequar o seu uso com os preceitos morais e de ética militar”, e que foi
encaminhada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, no final do ano
passado. Segundo a Marinha, o projeto de lei dispõe sobre o ensino na Marinha,
com a finalidade de deixar expresso em lei os requisitos para ingresso no
órgão.
No ano passado, ao
sancionar uma lei semelhante à essas duas, mas para ingresso na Aeronáutica, a
presidente Dilma vetou a proibição à tatuagem. O argumento da presidente foi
que este não pode ser requisito, ou fator por si só suficiente, para a exclusão
de candidato de concurso público, em especial sem estarem acompanhados de
parâmetros ou justificativas à sua aplicação.
O relator das duas
propostas, o deputado Hugo Napoleão (PSD-PI), deu parecer favorável. No caso da
Aeronáutica, o texto vetado por Dilma proibia candidatos que apresentassem
"tatuagem no corpo que fique à mostra quando trajando uniforme previsto
para a prática de educação física".
O Exército conseguiu
incluir ainda três outras emendas que restringem ainda mais o ingresso do
concursado tatuado na carreira militar. Quando o cadete tiver tatuagem, a
imagem não pode ser grande demais, cobrindo grande parte de um ou mais membros,
como antebraço, mãos e face. O objetivo, segundo o Exército, é resguardar a
impessoalidade caso o militar seja "observado por um inimigo em operações
de defesa da Pátria" ou mesmo por marginais em ações de garantia da lei e
da ordem. Outro exemplo citado é que a camuflagem poderia ficar comprometida se
o militar tiver a face tatuada.
"O anonimato
é imprescindível. O uso de tatuagem é incompatível, como exemplo, nas funções
desempenhadas pelos atiradores de elite chamados 'Snipers', treinados em
camuflagem, infiltração, reconhecimento e observação no terreno onde se
desenvolvem operações militares", segundo trecho do relatório.
O Exército também
vetou candidatos que sejam casados e "arrimos" de família. A Força
argumenta que, ao ingressar nas escolas de formação de militar de carreira
combatente, como Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e Escola de
Sargentos das Armas (EsSA), e outras quinze instituições desse tipo, o jovem
precisa ter dedicação exclusiva e integral, "situação não compatível com
preocupações de ordem familiar, sejam de caráter psicológico, afetivo, social e
financeiro".
Algumas dessas
academias irão aceitar mulheres, mas, antes, essas unidades militares terão que
fazer adaptações físicas nos prédios para recebê-las. O prazo é de até cinco
anos.