quarta-feira, 6 de março de 2013

Atualização (06-03-13)

Hoje foi a Bruna Lima quem postou matérias bem interessantes sobre o preconceito com pessoas tatuadas, vamos dar uma olhada:

O PRECONCEITO CONTRA PESSOAS TATUADAS EXISTE!

Quase sempre tem uma nova mensagem polêmica envolvendo pessoas tatuadas, seja com histórias bizarras ou com algum político que diz asneira na internet e depois pede desculpas. A história deste post não é nada fora do comum, para falar a verdade, isto deve acontecer todos os dias com muitas pessoas, inclusive com vocês, leitores do blog.

Não posso me iludir e falar que o preconceito não existe, sim, ele existe e não é somente com pessoas tatuadas. O preconceito existe com qualquer tipo de estereótipo que seja diferente da sociedade brasileira. Para ser sincero, eu não gosto de escrever estas matérias, mas o motivo para escrevê-las, é justamente por conta que nos dias atuais as pessoas vem mudando, as pessoas vem lutando por causas, mesmo que sejam através do seu facebook ou assinaturas pela internet.

Lucas Viglio é um jovem tatuado de 21 anos que estava viajando de ônibus no dia 12 de fevereiro de 2013, entre as cidades de Araraquara par Rio Claro, ambas cidades são situadas no interior de São Paulo. Como relatou em sua postagem no facebook ele foi tratado de forma preconceituosa pelo motorista da empresa VB Transportes, responsável por fazer o trajeto entre as duas cidades.

Tudo começou quando Lucas, solicitou para o motorista guardar seus pertences no bagageiro do ônibus, neste instante, o rapaz esqueceu de entregar o bilhete (passagem de ônibus) e foi então que começou as “indiretas” do motorista José Vieira. Com um “assovio diferenciado”, digamos assim, aquele que as pessoas fazem para chamar a atenção, em seguida Lucas entregou o bilhete e pediu desculpas pelo descuido, então, José Vieira fez uma simples pergunta ao rapaz, “Você sabe o significado deste Assovio Diferenciado?“, a resposta de Lucas foi direta, sem muita enrolação foi de que pássaros se comunicam assim.

Não satisfeito, o motorista completou dizendo que quem se comunica deste jeito, são os presos, ou seja, bandidos. Acho que somente nesta frase temos muita coisa para refletir, principalmente, em saber como José Vieira sabe que este é o tipo de comunicação de bandidos, eu não sei, porque não sou um, não conheço nenhum bandido e muito menos como eles se comunicam, também sou uma pessoa tatuada e tenho tatuagens à amostra, por acaso, eu ou Lucas teríamos que saber como bandidos se comunicam? Ou que assovio é a forma de comunicação? Qual é a forma de comunicação? É tipo um, “e ae parceiro, estamos juntos nessa“, ou um “e aí, tá na minha área mermão“?

A atitude de Lucas no momento foi de “sobrevivência”, digamos assim, caso ele respondesse o motorista, com certeza, poderia ficar sem voltar para casa por algum tipo de lei, artigo ou qualquer merda que o país diz que é “calunia/desrespeito com o emprego” e bla,bla,bla. O engraçado é que nesta mesma viagem, Viglio presenciou novamente o preconceito de José Vieira com outra pessoa tatuada e com piercings, afirmando que pessoas com tatuagem estão ligadas ao demônio através de um pacto.

Eu nunca fui muito religioso, é um assunto que não me interessa muito, mas, venha cá, então todas as pessoas que tem tatuagem tem um pacto com o demônio? Isto seria uma forma de generalizar todas as pessoas que tem tatuagem com uma frase estúpida e de uma pessoa que talvez viva ainda na década de 20, ou antes disto né? Caso os administradores da empresa VB Transportes ou até mesmo o José Vieira leiam esta matéria, só um comunicado, nem toda pessoa com tatuagem tem pacto com demônio, não vou falar todas, porque não conheço todos, mas tenho certeza que deve ser uma minoria, se é que existe algo deste tipo, eu não duvido, mas deixo o recado.

Para finalizar esta infeliz história, ao final da viagem, Lucas foi até o motorista e respondeu: “Lembra que o senhor disse em Araraquara? Me chamando pelo assovio diferenciado? O senhor me conhece? Sabe se por acaso eu sou um ladrão ou algo do gênero?” e a resposta foi a mais óbvia possível, “Foi uma brincadeirinha“.
Amigo leitor, nunca aceite este tipo de desculpas, porque são por causas destas “desculpas” que a coisa vai piorando, até chegar o dia que você vai perder uma vaga de emprego porque tem tatuagem, como se tatuagem por algum motivo mudasse ou alterasse sua qualidade profissional. Como disse em outro post e vou repetir novamente, não é com desculpas que uma pessoa “se livra do preconceito”, só se acaba com isto, quando realmente a pessoa tiver conhecimento sobre a cultura, estilo de vida aprofundado, porque, você pode apostar, quando você conhece algo, você pode não gostar, mas você respeita, porque existem pessoas que gostam e seguem este estilo de vida, ou cultura.

E para os haters que sempre vem ao blog nestas postagens dizer “Fez tatuagem, está no grupo de pessoas tatuadas e precisa aguentar, tá na chuva é para se molhar“, não cara, eu não preciso aguentar preconceito de gente que não conheço, eu não fiz tatuagem para estar em um grupo, ou ser identificado, sabe por quê? Qualquer pessoa pode ter tatuagem, desde um executivo alto padrão, até um vendedor de loja, do cara que faz o pãozinho na padaria do João, até um empreendedor. Tatuagem não tem perfil, pessoas tatuadas não tem um perfil, a tatuagem é uma arte que representa muitas vezes situações das pessoas e ninguém, mas ninguém mesmo, tem o direito de julgar você, sem ou com tatuagem, ninguém tem o direito de fazer o que este motorista fez, independente se a pessoa tem tatuagem ou não, é com pessoas assim que quando eu estou numa fila de banco, todos ficam olhando para mim e fazendo “não, não, não” com a cabeça, são com pessoas assim, que muita gente para pessoas tatuadas e pergunta: “por que você fez isto com o seu corpo?”.

O corpo é meu, as tatuagens são minhas, as escolhas são minhas e ninguém tem nada a ver com isto, como muita gente vai odiar esta postagem, muita gente vai gostar, eu não vim agradar ninguém, vim reportar uma matéria de que preconceito existe, pode ser o mais comum, mas ele desenvolve e quando você vai ver, surge um novo “Hitler” por aí, ditando regras e falando quem deve morrer por seguir uma religião, ou ser de uma determinada etnia, parece ser extremo isto, mas aconteceu uma vez, por que não novamente?

Só para constar, Lucas Viglio está abrindo um processo contra a empresa.

A promiscuidade das mulheres tatuadas e os significados das tatuagens femininas
Um recente estudo realizado nas principais capitais brasileiras, analisou o comportamento sexual das mulheres levando em consideração o tipo de tatuagem que elas têm.
O pesquisador E. Mendes entrevistou mulheres em todo o Brasil e chegou a algumas conclusões:
“Primeiramente, foi possível constatar que as mulheres tatuadas gostam mais e praticam mais sexo do que as mulheres sem tatuagem“, afirma Mendes.
“Parece que o prazer em sentir dor, de alguma forma está ligado à excitação sexual feminina“, 73% das entrevistadas que disseram gostar muito de sexo eram tatuadas, e quase metade das mulheres sem tatuagem que adoram sexo, tem intenção em fazer uma tatuagem.
A pesquisa serviu também para traçar o perfil sexual das mulheres de acordo com o tipo de tatuagem que elas têm.

82% das mulheres com tatuagem de estrela disseram preferir sexo selvagem.
42% das mulheres com uma fada tatuada no corpo preferem sexo oral.
96% das mulheres que tem tatuada a frase Carpe Diem são adeptas do sexo no primeiro encontro.
55% das mulheres com tatuagens tribais têm tendencia ao lesbianismo.
42% das mulheres com uma tatuagem de borboleta já participaram de alguma orgia ou sexo grupal.

Mulheres acham homens tatuados mais atraentes, e homens acham que mulher tatuada parece ser promíscua diz pesquisa.

As tatuagens femininas e seus significados.

Fonte: Foi retirado do Censo Carcerário do Estado de São Paulo realizada entre os anos de 1999 e 2004.

Estrelas: Gosta de Apanhar especialmente durante o sexo.
Múltiplas estrelas indicam prática de fornicação seguida de açoite com vários homens.
Mandalas: Indica que é dada a religiões afro/macumba/pacto satânico.
Fadas, Duendes, magia: Mulher dada ao uso exagerado de bebidas alcoólicas e/ou drogas alucinógenas.
Flor: Mulher dada á traição.
Chines: Apreciadora de órgão masculinos avantajados
Motivos Religiosos: Fornicadora compulsiva que busca o perdão.

Novos tempos
Chegada da geração Y ao mercado faz empresas adotarem uma nova postura - mais flexível e aberta - onde há lugar, sim, para funcionários com tatuagens
De modo silencioso, por vezes até mesmo imperceptível para os menos atentos, o ambiente de trabalho tem vivido, nos últimos anos, uma significativa mudança comportamental. Na maioria dos casos, isso tem se refletido na própria visão que o empregador tem do seu negócio. A princípio pode parecer supérfluo, mas a crescente aceitação de funcionários que possuem tatuagens visíveis aos olhos de qualquer pessoa é uma singela amostra dos novos tempos vividos no mercado de trabalho.
Profissionais que outrora seriam discriminados sem qualquer constrangimento, hoje, assumem postos importantes nas companhias em que trabalham, até mesmo de chefia ou coordenação, independentemente do dragão que tenham no braço ou da borboleta no pescoço. O que mudou não foi apenas a capacidade técnica dos tatuadores, hoje inclusive reconhecidos como artistas mas, fundamentalmente, o modo como os gestores analisam (e avaliam) seus empregados, deixando de lado questões estéticas e valorizando, acima de tudo, a capacidade, o comprometimento e o rendimento profissional, como explica a gerente de pessoas da Brasilprev, Regina Frederico: "As pessoas estão enxergando um pouco melhor aspectos que antes eram vistos como inaceitáveis . Aqui, temos como valor a alta performance e a técnica, e não apenas o comportamento individual e o estilo de cada pessoa".
Embora atue no ambiente financeiro, conhecido por sua formalidade, Regina conta que diversos colaboradores da Brasilprev possuem tatuagens e não sofrem qualquer tipo de discriminação por isso, seja para entrar na empresa, seja para alcançar novos cargos e promoções. Entretanto, ela reconhece que há momentos em que é necessário ser mais formal. "Quando visitamos o Banco do Brasil, por exemplo, as pessoas se vestem de maneira mais social, mas isso não impede que tenhamos nosso próprio perfil", ressalta a executiva.
Mas nem sempre foi assim. Regina lembra que, até meados de 2004, a Brasilprev posicionava-se de modo mais tradicional. Foi a entrada dos profissionais da geração Y que fez a empresa mudar seus conceitos e adotar uma nova postura. "Eles trouxeram para a companhia uma cultura mais aberta, na qual o uso de tatuagens deixou de ser um tabu", analisa. O resultado, segundo ela, foi um expressivo aumento no índice de satisfação dos funcionários, que até 2003 era de 51% e atualmente é de 76%, de acordo com pesquisas internas.
Segmentos distintos
E a tendência é valorizar, cada vez, a capacidade profissional do empregado e não suas tatuagens ou qualquer outro tipo de adereço. "Com a ascensão dos jovens da geração Y, essa transformação será ainda mais rápida", afirma. "Eles são diferentes; por isso, quando forem lideres, trarão uma nova maneira de gestão", analisa Regina.
Quem compartilha a mesma ideia é o gerente da Robert Half, Roberto Britto. Para ele, esse processo começou nos últimos dez anos e não tem volta. "Antes, havia um preconceito em relação às atitudes que não fossem usuais. Agora, as empresas têm uma visão diferente, olham e se interessam mais pela capacidade que a pessoa tem de gerar benefícios e resultados positivos para o negocio", sustenta Britto.
Entretanto, ele ressalta que ainda há alguns segmentos em que a exposição de uma tatuagem pode acarretar prejuízo, como a área comercial. Mas tudo é questão de visibilidade. "Aquelas que não podem ser escondidas, como as tatuagens nas mãos ou pescoço, podem prejudicar a aceitação do profissional com clientes tradicionais, por exemplo. Mas, quando falamos de um mercado mais eclético e informal, não há muitos problemas", completa Britto.
Por outro lado, a diretora de RH da Mercer, Neusa Neves, apesar de reconhecer que o uso de tatuagens é cada vez mais frequente entre os jovens, ressalta que a transformação interna das empresas acontece numa velocidade diferente das mudanças de gerações. Mas, assim como Britto, ela acredita que a questão fundamental está relacionada ao tipo de área de atuação, os diferentes perfis empresariais e o tamanho da tatuagem ou de sua visibilidade. Segundo Neusa, empresas de tecnologia e comunicação são mais liberais, enquanto empresas de serviços de consultoria ou advocacia são mais conservadoras. "Não se questiona mais a capacidade da pessoa - muitos são bem tatuados e criativos -, mas não acredito que esse seja o ponto", enfatiza. Ela acredita que o fato é que algumas empresas ainda buscam trabalhadores que sigam seus conceitos e padrões.
E isso já vem sendo visto na prática. Na agência de publicidade e propaganda DM9, por exemplo, tatuagens deixaram de ser tabu há algum tempo. De acordo com Duda Lomanto, gerente de recursos humanos da agência, a tatuagem não representa problema algum. "É um desejo da pessoa, não interfere em nada no trabalho. E se for uma tatuagem bonita será até elogiada", afirma. Duda, que enxerga a tatuagem como um estilo de vida, garante que não há qualquer tipo de preconceito durante um processo de seleção. "Na DM9, valorizamos aspectos como a história de vida do candidato, sua capacidade de comunicação, de criatividade e como ele gera resultados", reforça.
Hora certa de mostrar
O executivo Cristiano Wortmann, de 32 anos e com três tatuagens grandes, já aprendeu a transitar no mundo dos negócios sem deixar que suas tatuagens atrapalhem a relação que tem com seus clientes da Representações Wortmann Ltda., na qual é um dos sócios.

Ele sabe o momento certo de colocar uma roupa que as cubra, e a hora que pode deixá-las à mostra e ate usá-las a seu favor. "Tudo depende do perfil do cliente", conta. Porém, em diversos países da América do Sul, como Bolívia, Colômbia, Paraguai e Argentina - onde a empresa também tem clientes e não há uma cultura forte da tatuagem como no Brasil -, os cuidados precisam ser maiores, para não atrapalhar os negócios. "Se apareço todo tatuado na Bolívia eles me veem como um alienígena", conta Wortmann, em meio a gargalhadas. "Em alguns casos, até deixo o cliente ver minhas tattoos depois de estabelecer uma relação de confiança com ele, no ambiente de um bar descontraído ou na piscina do hotel", explica o jovem executivo. Mesmo assim, há casos em que, mesmo depois de já haver estabelecido uma boa relação com os clientes, os cuidados com a vestimenta permanecem, pois são empresas mais tradicionais.
A relação da confiança foi durante algum tempo a mesma estratégia utilizada por Luciana Passos Martins, de 33 anos, atualmente coordenadora de comunicação da Lacoste Brasil. Ela conta que primeiro analisava o perfil do cliente para, então, decidir se deixaria (ou não) suas tatuagens à mostra. "Minha ideia era a de esconder até ter a confiança dele no meu trabalho", explica.
Com o passar do tempo, e com maior experiência e confiança no próprio potencial, Luciana deixou de se preocupar com essas questões. Hoje, sabe que o que realmente vale é seu trabalho. "Mudei minha relação com a tatuagem, pois o que realmente importa é o comprometimento e a dedicação que tenho no trabalho", ressalta. No entanto, ela reconhece que, por vezes, ainda existe um conceito estereotipado e lembra de um momento em que a tatuagem atrapalhou. "Aconteceu recentemente, na seleção de um modelo para uma sessão de fotos da Lacoste, em que o candidato foi excluído por ter muitas tatuagens", relata. Segundo ela, ele chamava mais atenção do que a roupa - o que para modelo é complicado. "Mas isso vem mudando. As pessoas têm de ser respeitadas pelo que são, independentemente de tererem ou não um desenho no corpo", completa Luciana. 
O assessor jurídico da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC), da Prefeitura de Porto Alegre, Alexandre Guterres, de 41 anos, é outro exemplo de profissional bem-sucedido que possui tatuagens. "Nunca tive qualquer problema. Acredito que o mais complicado é para quem faz atendimento ao público, o que não é meu caso", explica o assessor, que ressalta que tem de manter uma postura de procedimento e vestimenta.
Ambiente mais flexível
Na visão de Guterres, a tendência no ambiente de trabalho é que o preconceito com as tatuagens diminua. Ao menos, é a sua esperança. "Sou completamente contrário a qualquer tipo de discriminação, não posso aceitar esse tipo de comportamento, mas é uma questão complicada, principalmente nos casos de atendimento ao público. Não tem como negar que ainda há pessoas que não aceitam determinadas posturas", lamenta. No entanto, sua esperança é que aos poucos a sociedade comece a aceitar com mais naturalidade as diferenças e seja mais tolerante quanto a isso, respeitando o jeito de ser de cada um.
E isso tende a acontecer, segundo Neusa, da Mercer, em função da chegada dos Ys ao mercado de trabalho, que trazem mais flexibilidade nas empresas. "Trata-se de uma geração com valores e ideias diferentes. Mais cedo ou mais tarde as companhias terão um ambiente mais flexível e informal", adianta.
Dessa forma, o que se percebe no mercado é uma mudança gradual, na qual o que importa são as características profissionais, o talento e o comprometimento que o profissional tem no trabalho, e não os desenhos que ele possa ter no corpo. Mas, como em toda relação, o bom senso deve sempre prevalecer - tanto por parte da empresa quanto por parte dos executivos (com tatuagens ou não).

Tatuados poderão ser barrados na Marinha e Exército
BRASÍLIA - A Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, dois projetos que impedem tatuados de ingressarem nas suas escolas de formação e seguirem carreira militar na Marinha e no Exército. As propostas agora seguem para a Comissão de Constituição e Justiça. Os militares não querem, em seus quadros, oficiais que apresentem tatuagem que façam alusão a ideologia terrorista ou extremista contrária às instituições democráticas. Tatuagens com temas de violência, criminalidade, ideia ou ato libidinoso, discriminação ou preconceito de raça, credo, sexo ou ainda a ideia ou ato ofensivo às Forças Armadas também não agradam os militares.
Sobre a proposta enviada ao Congresso, a Marinha afirmou que “o dispositivo proposto não objetiva proibir a admissão de candidatos com tatuagem, tendo por escopo adequar o seu uso com os preceitos morais e de ética militar”, e que foi encaminhada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, no final do ano passado. Segundo a Marinha, o projeto de lei dispõe sobre o ensino na Marinha, com a finalidade de deixar expresso em lei os requisitos para ingresso no órgão.
No ano passado, ao sancionar uma lei semelhante à essas duas, mas para ingresso na Aeronáutica, a presidente Dilma vetou a proibição à tatuagem. O argumento da presidente foi que este não pode ser requisito, ou fator por si só suficiente, para a exclusão de candidato de concurso público, em especial sem estarem acompanhados de parâmetros ou justificativas à sua aplicação.
O relator das duas propostas, o deputado Hugo Napoleão (PSD-PI), deu parecer favorável. No caso da Aeronáutica, o texto vetado por Dilma proibia candidatos que apresentassem "tatuagem no corpo que fique à mostra quando trajando uniforme previsto para a prática de educação física".
O Exército conseguiu incluir ainda três outras emendas que restringem ainda mais o ingresso do concursado tatuado na carreira militar. Quando o cadete tiver tatuagem, a imagem não pode ser grande demais, cobrindo grande parte de um ou mais membros, como antebraço, mãos e face. O objetivo, segundo o Exército, é resguardar a impessoalidade caso o militar seja "observado por um inimigo em operações de defesa da Pátria" ou mesmo por marginais em ações de garantia da lei e da ordem. Outro exemplo citado é que a camuflagem poderia ficar comprometida se o militar tiver a face tatuada.
"O anonimato é imprescindível. O uso de tatuagem é incompatível, como exemplo, nas funções desempenhadas pelos atiradores de elite chamados 'Snipers', treinados em camuflagem, infiltração, reconhecimento e observação no terreno onde se desenvolvem operações militares", segundo trecho do relatório.
O Exército também vetou candidatos que sejam casados e "arrimos" de família. A Força argumenta que, ao ingressar nas escolas de formação de militar de carreira combatente, como Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e Escola de Sargentos das Armas (EsSA), e outras quinze instituições desse tipo, o jovem precisa ter dedicação exclusiva e integral, "situação não compatível com preocupações de ordem familiar, sejam de caráter psicológico, afetivo, social e financeiro".
Algumas dessas academias irão aceitar mulheres, mas, antes, essas unidades militares terão que fazer adaptações físicas nos prédios para recebê-las. O prazo é de até cinco anos.

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